Sunday 21 June 2009

Amor jamais esquecido...

Este é um texto de alguém que eu admiro muito, como escritora. Ela mostrou-me este texto, mas disse me não ser capaz de publicar, com as pessoas sabendo quem o escreveu. Eu como adorei o texto pedi-lhe para o publicar no meu blog, sem divulgar a sua autoria, por isso aqui está! Espero que gostem!

"Minha mão pousada na tua, os olhares que se cruzam e não desgrudam, sem mais nenhuma acção, pensando se aquilo era correcto. Ao observar cada canto da tua face, pergunto-me como é possível te amar ainda ao fim desta longa e turbulenta história, após esta separação tão longa, após já ter conhecido intimamente outros corpos. Ainda sinto as mesmas duvidas do inicio, que já está tão longínquo. Será que tu realmente me amas? És um ser misterioso, que nos prende com o seu olhar, de uma forma sufocante e marcante. E eu sei como marcaste outras também, quem é a tua verdadeira musa, se há realmente alguma? Será que só te amas mesmo a ti próprio? Será que não amas a forma como envolves e prendes as pessoas eternamente?

Apesar desta tortura mental, eu continuou ali, a olhar-te, a desejar entregar-me nos teus braços, selar o amor que tenho por ti, na tua cama. Sei que devia ir embora, que nem devia ter vindo ao teu encontro, no fundo já sabia que não era um puro encontro de velhos amigos. Porque não me dizes para ir embora?

Com um simples gesto deitas-me na tua cama, sinto o teu corpo sob o meu, a tua boca a aproximar-se da minha, tentando beija-la. Eu resisto durante uns minutos, vejo o teu olhar desesperado, mas ainda sinto que não devia estar ali. No entanto acabo por ceder, e beijamo-nos que nem loucos de paixão e eu quero-te! O sol começa a nascer lá fora, dispo-te a camisa e tu, o meu top e então o soutien e continuamos a beijar-nos como se fossem os últimos beijos. E então o telefone toca, não queres que eu atenda, mas era urgente e atendi. Tinha de ir, tu desvias o olhar e dizes-me que estamos sempre a dizer adeus e eu respondo-te “Até já!”. Beijo-te e deixo a tua casa, não sei que pensar, sei que foi errado, mas sei que te amo. No entanto, será que o amor é suficiente, tu sabes que eu pertenço a outro alguém e acabei de magoar esse alguém com este nosso acto.

Após isso vi-te mais três vezes em que nada aconteceu, poucas palavras foram ditas, não houve um adeus, mas eu tive de partir. Parti para esse alguém, sem uma única palavra tua. Continuei com a minha vida, mas sonho contigo constantemente. Agora pergunto-me como te posso amar, se estou com outra pessoa e amo de outra forma?..."

Wednesday 8 April 2009

Adeus, amor!

O sol batia-lhe no rosto, o vento passava por entre os seus cabelos e as lagrimas corriam-lhe dos olhos. Era dificil de admitir, mas ela sabia que tinha de partir, que apos virar as costas nao puderia olhar para tras, se nao sofreria. Os seus passos teriam de ser firmes e teria de tentar segurar as suas lagrimas, para não chorar.
Ela sabia que o destino daqule amor era o "Adeus", por mais que se amassem. Por tantas vezes ele entregou o seu coração em tuas mãos, e por tantas vezes o despedaças-te. Por tantas vezes ela saiu por porta fora, mas porque os seus passos não eram firmes, tu não te levantavas para a impedir, pois sabias que ela voltava. Tantas respostas ficaste de dar, a perguntas que, ela fingia já não existirem. Porque ela queria estar a teu lado, queria fingir que tudo era perfeito, que tu eras perfeito.
Mas naquele dia ela, acordou e viu que tudo era uma ilusão, tu não eras como ela pensava. Ela sabia que não enganaste, foi ela que se enganou a ela própria. Ela so via o que havia de bom em ti, quando o mau aparecia ela apagava da memória. Mas já chegava de ilusões, o pano caiu e tudo veio à memória.
Desta vez, iria ser ela a deixar-te sem respostas, ela tinha de seguir o seu caminho, viver uma verdadeira felicidade. Esse amor ira ser carregado por ela ate os fim dos seus dias, e apesar de saber que ira ser dificil no inicio, ela ira encontrar felicidade ao lado de outra pessoa. Poderia ser que um dia se encontrassem de novo e este adeus doloroso se tornasse num sentimento lindo, despido de ilusões, mas por agora, ela tinha de tentar ser feliz de outra forma. Ela só quer que guardes as boas lembranças e que a perdoes por ir embora, assim como ela perdou tudo, mesmo aquilo que não sabe...ADEUS!

Wednesday 11 February 2009

Porquê fugir do amor puro?


Neste meu começo bloguístico, tenho viajado imenso pelos blogs que existem na Web e tenho me apercebido de como as relações entre pessoas mudaram. Encontrei num certo número de blogs um assunto descrito, mas simplesmente apresentado de formas diferentes, que me está a preocupar um pouco.

Parece-me que estamos a mudar as relações inter-pessoais de uma forma que não deveria. Estamos a torna-las em sociedades, em que ambas as partes têm algum interesse alem de sentimentos. Pergunto-me onde para o amor louco, o amor cego, o amor estúpido, o amor verdadeiro único. Pergunto-me porque o estamos a trocar pela conveniência, por acordos pré-nupciais, só porque faz sentido. Fugimos do amor e paixão que não têm medida e procuramos algo que dá jeito, algo que podemos controlar, que faz parte dos planos, porque tem aquilo que pensamos que nos falta.

Penso que temos de rever bem o que estamos a querer mudar, como é possível estarmos a querer fugir do amor puro. Sinceramente é algo que me faz confusão, querermos planear o amor, como é isto possível?

As relações tornaram-se comodistas e cobardes. Onde está a capacidade de um gesto largo, de correr o risco, de um rasgo de ousadia? Como li num blog, já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o medo, o desequilíbrio, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

Isto deixa-me realmente triste, as pessoas quererem tornar o amor em algo que não é. O amor não é para se perceber, o amor é um estado de quem sente, amor é a nossa alma, a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade, e por isso é preciso a ilusão, a ilusão é bonita. Num momento, num olhar, o coração apanha para sempre e ama-se alguém, por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder, não se pode resistir. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Porquê trocar tudo isto por sociedades de amantes, por amor de conveniência, por uma questão de prática?

Sunday 1 February 2009

Gaivota

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neill

Friday 23 January 2009

Ben Harper & Eddie Vedder/Alberto Caeiro(Fernando Pessoa)



Alberto Caeiro

XLIV - Acordo de Noite



Acordo de noite subitamente,
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora.
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...

Thursday 22 January 2009

Começo de um blogue!

Aqui estou a eu a começar, mais, um blogue no, jão tão, grande mundo bloguistico. Para começar vou deixar um poema de Florbela Espanca, uma das minha poetas favoritas, ao som de Ben Harper, um dos meus musicos favoritos.


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!